Buscando a sorte

Por: Luiz Carlos Prates

15/01/2018 - 12:01

Acabei de ver uma foto e uma legenda num jornal. Fiquei pensando e pensando… De fato, o ser humano prefere o caminho da magia, das ilusões ao caminho da verdade. Aliás, se você tivesse dois amigos, um deles só lhe dizendo verdades e o outro só lhe jogando confetes, quem você preferiria? Duvido que sua resposta não seja preferir o que lhe jogasse confetes. Confetes num sentido figurado, confetes como sinônimo de tolices, ilusões, gracejos, elogios baratos, conversa mole, enfim. Poucos de nós, isso se houver alguém, gostam de verdades; preferimos a mentira melosa, a que nos deixa airosos, vaidosos, lindos, faceiros… Não é outro o segredo dos que mais fazem sucesso entre nós, são os patifes da mentira e da venda de ilusões. Bom, já fui longe e não disse a que venho.

Como disse, acabei de ver uma foto e uma legenda num jornal. Era a foto de uma lotérica onde um “louco” fez três ou quatro apostas iguais e ganhou três ou quatro vezes na Mega-Sena, mais ou menos isso. Havia na foto uma longa fila de pessoas querendo jogar nessa lotérica, claro, para ter a mesma sorte. Meu Deus, como as pessoas são otárias.

Mas é aquilo que digo, as pessoas preferem as ilusões, os autoenganos, as mentiras, tudo o que lhes puder imaginar um céu eterno… Não é outro o segredo das religiões: mentir e prometer paraísos aos “ingênuos”. E com a promessa de um céu/paraíso, os “desatentos” optam por uma vida de renúncias… Coitados.

Acreditar que uma determinada loja lotérica traz sorte é acreditar em Papai Noel, Bicho-Papão, Mula-sem-Cabeça e por aí… Quem nos quer empulhar que podemos ter facilidades nisto ou naquilo nos ganha a atenção e nos leva o dinheiro facilmente. Tem sido assim desde os tempos das cavernas. Se você disser a verdade, isto é, que todos temos por iguais as mesmas chances de ganhar na Mega-Sena haverá quem faça bico. Matematicamente todos temos as mesmas chances: para cada aposta, 53 milhões de chances de não ganhar. É matemática, não adianta fazer beiço. Mas o desavisado acha que jogando com camisa verde ou nesta ou naquela lotérica vai ganhar… No final das contas não lhe critico muito, afinal, quantas vezes busquei o pé direito ao entrar numa determinada sala? Estúpido da cabeça aos sapatos.

REVOLUÇÕES

Claro que a qualquer momento entraremos numa revolução. Ou uma revolução cultural, modos e costumes se ajeitando para o bem, ou uma revolução com tanques, e essa vai pôr muita gente a correr ou a entrar nos eixos. Ligo a tevê e me aparece, no meio da tarde, um sujeito em rede nacional anunciando notícias, tinha barba, brincos, tatuagens e camiseta molambenta. E a TV dele se acha… Não sabem o que os espera…

AVISO

Aviso aos anunciantes desatentos, não os quero chamar de coisa pior, aviso que serve, e muito, para ganhar mais dinheiro. Ouçam esta: – “As pessoas com mais de 60 anos têm rendimento médio real cerca de 40% maior que a dos “millenials”, segundo a última carta de conjuntura do Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada”. Millennials é uma expressão idiota inventada para caracterizar os nascidos a partir de 1978. Só faltaram dizer que quem gasta dinheiro, dinheiro grosso, são os “velhos”, mas a publicidade burra é toda para os jovens. Não se queixem de crise, crise ou “cegueira”?

 FALTA DIZER

Um dos piores sentimentos que nos podem inquietar é nos sentirmos sem mais valor para a sociedade, para os amigos, para nós mesmos… E o único remédio 100% eficaz contra esse mal é trabalhar. Até morrer.