Hoje temos escolhas demais – Leia a coluna do Prates desta quarta-feira (18)

Muita liberdade significa menos felicidade. Concordas? Deixe-me explicar.

Ontem fiquei sabendo de uma universidade que oferece 110 cursos, cursos “superiores”. Como é que um infeliz mortal, vivendo uma indecisão típica dos jovens, vai escolher um curso? Cento e tantos cursos numa só universidade? A escolha, com certeza, vai ser errada.

No passado, os guris namoravam as gurias da mesma zona, do mesmo bairro. Quatro ou cinco e olhe lá. Hoje o sujeito não dá um passo sem esbarrar em multidões de possíveis namoradas ou namorados. E quem não tiver coragem para o enfrentamento é só fugir para as redes sociais, o refúgio dos pífios.

Num passado não muito recuado, íamos, com uma listinha caseira, a um armazém de secos e molhados, os supermercados da época, e comprávamos o que tínhamos que comprar, nada mais, os produtos ficavam atrás do balcão. Hoje você vai a um supermercado com 70 mil produtos de todo tipo, 99% inúteis para o que precisamos, mas… Compramos. E compramos sem a mínima certeza de ter comprado o melhor, na muita oferta está o irmão gêmeo do erro. Qual o melhor café, se há tantas e tantas marcas? E assim com tudo.

Tínhamos uma ou duas emissoras de rádio na cidade, bastava. As tevês eram raras, elas surgiram em 1951 no Brasil, precisavam de Bombril na antena, não havia muita escolha. E éramos felizes com a programação, muito melhor que hoje, com tantos e tantos canais.

A vida é curta, as escolhas de hoje são oceânicas para tudo, não há mais os poucos ou exclusivos, tudo é abundante a produzir dúvidas e infelicidades. As escolhas acabam sendo erradas. Quanto maior a oferta – quem não sabe? – maior a possibilidade de equívoco. E há quem diga que isso é bom. Duvido.

Há quem diga que os casamentos “arranjados”, aqueles decididos pelas famílias no passado, estavam muito mais perto da felicidade que os de hoje, diante das sobradas liberdades e escolhas.

Ah, e na política tínhamos “dois” partidos que dividiam o bolo, os demais, três ou quatro, nem piavam. Hoje são dezenas de cuecas-molhadas espalhados por partidos que deviam ser fechados, todos presos. Mas fazem parte do infinito bolo da “democracia”. Nojo. Algo raro no mercado? “PESSOAS”.

Saudade

Ah é? Num programa esportivo numa TV, um comentarista suspirou saudade pela, segundo ele, a melhor Seleção Brasileira de todos os tempos, a que ganhou o Tri no México, em 1970. Só que aquela seleção foi “dirigida” pelo governo militar. Era época, por exemplo, dos cabelos black-power e os que o tinham, na hora da convocação, tiveram que cortá-lo ao estilo cadete, não é mesmo, Jairzinho, o furacão da Copa? A Seleção de 70 foi a “seleção militar” do Brasil. Sonsos “esquecidos”.

Tempos

Não faz muito tempo, tínhamos dois tipos de telefones: o profissional e o residencial. Para o profissional as ligações iam até às 18h, ficavam por aí. Para o residencial só amigos ligavam e até a novela das 20h começar. Depois disso, só no outro dia. Hoje os desnorteados ligam a hora que bem entendem e se acham com razão. Fora do gancho pra eles. Vão se educar!

Falta dizer

Na Suécia a doação de sangue eram normal, até que… O pessoal do banco de sangue passou a mandar e-mails para os doadores dizendo mais ou menos o seguinte: “O sangue que você doou acaba de salvar uma vida, obrigado”. Bah, explodiram as doações. Sutil. Muito inteligente a campanha sueca.

 

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