Estamos repletos de “trapaças visuais” – Leia a Coluna do Prates desta quinta-feira (19)

Foto Divulgação

Por: Luiz Carlos Prates

19/03/2020 - 06:03 - Atualizada em: 19/03/2020 - 07:18

O que mais você vê por aí? Disfarces e trapaças. Aliás, disfarces e trapaças em muitos momentos se confundem, são a mesma coisa.

O exemplo mais imediato que me ocorre aconteceu dia destes, quando fui a um supermercado. Fui comprar café, não tenho marca preferida, olhei daqui, olhei dali e me decidi por uma lata de café deste tamanho…

Em casa, abrindo a lata, o café estava lá pelo meio da lata, uma baita trapaça “visual”. Ainda que me digam que na embalagem estava o aviso sobre o peso líquido do café, 200 gramas, muita gente se deixa levar pelo tamanho da lata.

Os embusteiros vão dizer que o peso líquido estava bem à vista. Embusteiros visuais. Fazem muito disso. Em outros momentos, diminuem o tamanho da barra de chocolate, mas preservam o preço. Trapaça pura.

Na hora em que diminuem o peso do produto, o produto já teve o preço aumentado, pela singela razão de que o tamanho dele foi reduzido. Trapaceiros de uma figa. E assim com tudo. Caixas de leite são vendidas por 1 litro, mas contêm 900 ml. Trapaça, ainda que digam na embalagem sobre esses números. Atiramo-nos sobre o que vemos, não no que está escondido.

Agora, tem uma coisa, nós também fazemos isso, precisaríamos de um Inmetro dentro de nós para nos vigiar. O Inmetro é uma instituição que visa a nos ajudar, mensurando de tudo um pouco no mercado.

Sim, mas e nós, os embusteiros humanos oferecendo nosso produto, nós mesmos, aos outros? Tapeamos os outros com nossas roupas, nossos carros, nossas casas, tapeamos com viagens a perder de vista no crediário, mentindo nas campanhas políticas, vendendo imagem de honestos quando são, por maioria, patifes da pior espécie. E aí, e o Inmetro humano?

Ah, este está fechado por falta de crédito moral. Cobramos dos outros, mas enganamos os outros com nossas palavras, roupas, carros e de tudo um pouco. Imagine um Inmetro antes dos casamentos, puxando as máscaras deles e delas. Bah, não ia sobrar muita gente, não ia.

Estamos em ano eleitoral, as raposas estão soltas, opa, quis dizer candidatos. Por fora, a enganação da honestidade e trabalho, mas e por dentro depois da eleição, uma vez eleitos? Tomem, uma banana para os eleitores. O diacho é que a estupenda maioria dos eleitores merece uma banana. É a falta do Inmetro moral dentro das personalidades.

Cuidados

Se cuidássemos de nós como cobramos dos outros, a vida seria bem melhor. Por exemplo, cobramos o peso adequado dos produtos que compramos e nós, cuidamos do nosso peso, da nossa saúde? Mais das vezes, não. E assim na relação doméstica, no trabalho e com nós mesmos no silêncio dos nossos pensamentos. Lixeiras puras, quase sempre. Mas cobramos dos outros e nos queixamos da sorte. Parvos.

Bem

Fazer o bem faz bem.

Do livro “Autocura através da Reconciliação”:

“O Voluntariado traz benefícios para a diminuição do estresse, recicla valores pessoais e aumenta a longevidade”.

Psicólogos americanos comprovaram isso. Faz sentido. Na hora em que me volto para o outro, “esqueço” de mim e me energizo para fazer o bem desse outro. Passo a viver um profundo sentimento de valer a pena. E vale. No Hospital das Clínicas de São Paulo há voluntários de mais de 90 anos. Sábios.

Falta dizer

É uma luta árdua e não raro perdida, antecipadamente perdida, lutar contra ignorantes. O pessoal da saúde orientando o povinho para que evite aglomerações, cuidem da limpeza das mãos, aquelas coisas. Resposta negativa. Praias cheias, baladas, festinhas caseiras de aniversário, tudo. Os broncos merecem a “sorte” que lhes espera.

 

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