Ele está de plantão – Leia a coluna de Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

28/10/2022 - 05:10 - Atualizada em: 28/10/2022 - 07:47

Essa experiência tem muitos anos. Pesquisadores americanos buscaram através dos ratos, cujos cérebros são muito parecidos com os nossos, saber de como reagimos em certas situações. Tiraram um ratinho da família dele e o colocaram numa salinha bem pequena, cama, comida e roupa lavada para o ratinho.

Passados alguns dias, o ratinho estava em grave depressão. Há idiotas que não acreditam que os bichos se deprimem. Foi então que os pesquisadores colocaram outro ratinho para fazer companhia ao que estava solitário.

Ah, o solitário respirou fundo, animou-se. Passados mais alguns dias, outro ratinho foi juntar-se aos dois que estavam confinados… Baita alegria dos confinados. Mais uns dias, e outro ratinho, e outro ratinho…

Consequência? O primeiro ratinho e os outros que vieram logo depois começaram a ficar estressados, e dos estresses começaram a se atacar, a se morder. Bem como fazem os humanos. E é aqui que o bicho pega, leitora.

O convívio das grandes cidades está exaurindo a paciência, a paz, a felicidade das pessoas. Muita gente por perto, paradoxalmente menos amigos para o café e para os abraços. Nas pequenas comunidades todos se conhecem, não é preciso mentir, artificializar o status, todos são quem são e se respeitam, mais fácil fazer amigos.

Já nas cidades grandes é uma mentira sobre a outra, isso cansa, deprime, sei que minto para os outros, mas acredito nas mentiras alheias. Não sei se você notou, a doença mental está de plantão, é a que mais anda por aí.

As pessoas já levantam de saco cheio pela manhã. Não devia ser assim, mas é. Temos poucos amigos ou nenhum, eu disse Amigos, Amigas…

Conhecidos é outra parada, não servem para nada… A indústria farmacêutica nos salva a vida, mas também nos empobrece, ela vê que estamos permanentemente suspirando por remédios, então, tomem aí, mais remédios.

E não faltam os médicos “receituaristas”, caras que não olham nos olhos do paciente, escrevem os garranchos da receita e… O próximo, por favor! Vai melhorar? Não, não vai. Mas nós podemos melhorar, no particular.

Menos apegos, mais visão de finitude, consciência de que tudo passa e nada fica senão o aqui e agora bem vividos, fazer amigos, ter lazeres emocionais, muitos abraços, amor, enfim. São os melhores, senão os únicos “remédios” da vida. E o farmacêutico está sempre de plantão: o nosso coração.

REPETIÇÃO

É imperiosa a repetição. O mundo está psicologicamente doente, depressões, ansiedades, estresses, tudo, de tudo. Qual a saída? Um bom remédio? Negativo, remédios não curam doenças emocionais, o que cura, só o que cura, é uma cabeça recomposta, a troca de valores emocionais, uma visão mais democrática da vida pessoal, uma leveza diante dos impulsos e das falsas necessidades. O mais é gandaia enganosa.

ELA

Você a conhece, e muito. É atriz e acaba de fazer 70 anos. Ouça manchete sobre ela num site de jornalismo: – “Aos 70 anos V.F. encanta seguidores com foto de shorts nas redes sociais”. Tudo bem, mas… Por que o “encanta” aos 70 anos? Simplesmente, porque mulher não pode envelhecer, elas deram aos homens esse poder sobre elas. E eles podem envelhecer? Eles podem tudo, são raríssimas as que se respeitam. E assim, os “caídos” vão continuar mandando…

FALTA DIZER

Fui ao shopping em Floripa. Voltei correndo. Mas o que é aquilo? Adolescentões de carpins e chinelo de dedo. Tem cabimento? Gurias mais “riscadas” pelo corpo que paredes de cadeia; velhos atirados, sujos, sem educação, nem aí para nada. De fato, a pior das crises, a da gentalha desleixada.