Burrinhos n’água – Leia a coluna de Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

20/12/2022 - 05:12

Já fiz essa pergunta a mim mesmo incontáveis vezes, não achando resposta, perguntei a Ele… – “Senhor, por favor, onde mora a felicidade, quero ir à casa dela, conversar um pouco com ela, fazê-la chegar mais perto…”.

E a resposta que “ouvi” foi esta – “Ela mora num casebre, mora numa casinha bem simplesinha…”! Deve ser assim mesmo. Há pouco terminei minha caminhada de hoje, 30 minutos batidinhos. E deu.

Durante esse tempo, fones nos ouvidos escutando um palestrante americano. É rotina. Os palestrantes americanos são para não deixar o meu “listening” criar teias de aranha…

Quem não pratica, seja o que for, babaus, vai dar com os burrinhos n’água… Ouvindo o palestrante de hoje, mais uma vez, a velha história de não haver nada de novo abaixo do sol.

Estudo Psicologia desde que abri os olhos, fiz faculdade de Psico na PUC/RS, aquelas coisas… Nada de novo de lá para cá. Tudo se repete, nós os humanos somos robozinhos de piloto automático.

Pensamos que mudamos, mudamos nada… Ah, sim, o assunto é felicidade. O palestrante americano me constrangeu, fiquei constrangido por ele ao ouvi-lo dizer que quanto mais queremos, desejamos, seja o que for, mais nos afastamos da felicidade.

Felicidade é uma dama frugal, precisa de pouco, de muito pouco para nos dar o ar da graça. Em resumo, leitora, se você precisar “dele” para ser feliz, ou ele de você, nem você nem ele dormirão tranquilos, afinal, tanto ele quanto você pode dar no pé, de um modo ou de outro.

E num caso desses, alguém vai ficar muito infeliz, infeliz por ter colocado a felicidade na dependência de alguém. Vale para os bens materiais.

– Ah, preciso trocar de carro, preciso me mudar para uma casa melhor, preciso de um emprego mais seguro, preciso isso, preciso aquilo…. E assim ad aeternum. Vai ter fim? Provavelmente, não.

Os nossos apegos são as nossas danações. Para sermos felizes, grosso modo, não precisamos de nada, senão de saber que mesmo tendo tudo podemos, de um momento para outro, ficar na mão.

Estamos vivos? Estamos com saúde? Estamos livres para ir e vir? Sim. Então, é sacudir a poeira, dar a volta por cima e ser inteligente, posso ter tudo, mas esse tudo não me bastará para ser feliz.

Eu me basto a mim mesmo. Egocentrismo? Não, inteligência.

LOUCO

Se ele dissesse isso em qualquer esquina brasileira e em alguns lugares muitos “especiais” seria chamado de louco ou de burro. O escritor britânico Greg McKeown, 45 anos, disse que – “Eu prefiro ser honesto e perder a ser desonesto e ganhar”. Greg, vou te dar um conselho, cara, fica por aí, não vem para cá dizer essa “besteira”, sim, porque no Brasil dizer isso que tu disseste é considerado doença mental séria… Fica por aí. Já se viu…

ELAS

Saia justa. Essa reportagem circulou um dia antes das eleições. Deixei o barco passar. Ouça a manchete: – “Mulher com traços masculinos ganha vantagem nas eleições”. Vários testes, com fotos, computadores, bah, uma abrangência nos estudos… E a sentença foi lavrada: quanto mais a mulher tem traços masculinos mais chances ela tem de ganhar eleições. E eles, eleitos, têm cara de mulher? Isso não disseram…

FALTA DIZER

Não gosto de eufemismos hipócritas como dizer que um viciado em drogas ou álcool é um doente e não um viciado. Antes de alguém cair num vício não era viciado, o sujeito foi em busca do “prazer” sabendo o que estava fazendo. Foi uma liberdade de escolha, não doença. Respeitar os viciados…