Atletas também são seres humanos – Leia a coluna do Prates desta terça-feira (17)

Claro que a coisa não é de hoje, é de sempre. O ser humano sempre precisou de diversas “máscaras” para poder sobreviver em sociedade. Sem nossas “máscaras” o mundo não resistiria 24 horas. Porque, convenhamos, sabemos que somos insuportáveis sendo como somos “naturalmente”, o que nos torna suportáveis são as máscaras.

E por máscaras entendamos educação, sensibilidade, sei que não devo fazer diante dos outros tudo o que me dá vontade de fazer. Ocorre que em algumas atividades sociais as máscaras são mais que necessárias.

Aliás, antes de dizer sobre o que me traz até você neste momento, devo lembrar que os romanos milenares são os “culpados” por essa expressão máscara. Essa palavra vem de “persona”, do latim, significa máscara, daí que personalidade não passa de máscara. É o que mostramos de nós por fora, mas por dentro, cruzes, só nós sabemos.

Como disse, em algumas atividades profissionais nem de longe podemos nos revelar frágeis, fracos, humanos… E o melhor exemplo é o dos esportes. Um atleta, quanto mais graduado for no seu esporte, menos lhe será permitido ser fraco, ser humano. Mas parece que as coisas estão mudando.

Ouço que em grandes equipes, em seleções e grupos de desportistas de alta performance, os psicólogos especializados estão sendo chamados. É que atleta tem que ser “herói”, coisa que vem da antiguidade, quando os atletas não competiam por dinheiro, mas por “louros” na cabeça. O prêmio era o destaque “divino”.

As coisas mudaram, os atletas são humanos, têm suas quedas emocionais, como nós todos, mas não podem deixar isso transparecer. A derrota de um desportista sai na capa do jornal, nós aqui fora podemos esconder as nossas quedas, eles não. Mas dizem que as coisas estão mudando, desconfio.

Vamos continuar a esperar de certas pessoas, personalidade e atletas, energias “divinas”, nunca podem se revelar fracos, humanos. Nunca. Mas nós aqui do lado de fora também fazemos isso, mentimos que estamos bem, que estamos fortes, que poucas coisas nos abatem, isso e aquilo.

Tudo mentira, só nós sabemos quantas lágrimas solitárias derramamos, quantas vezes pensamos em fugir, em desaparecer, só que… Isso nos faria, diante dos olhos alheios, fracos e covardes. Temos que mentir que somos fortes, inabaláveis, bah…

Claro, não podemos chorar por qualquer leite derramado, mas, convenhamos, andamos quase nisso nas mentiras para os outros.

Problema

Leio que “mães de São Paulo passam a deixar bebês de 1 mês na creche”. Elas têm que trabalhar. Entendo-as, mas… Pobres crianças, vão crescer emocionalmente aleijadas. Crianças precisam das mães nos primeiros cinco anos, é o período de formação da personalidade. Será que essas mães ficam em paz deixando as crianças num “depósito”? Se não, por que fizeram filhos sem planejamento familiar? Nem falo dos pais, os cuecas-molhadas. Pobres crianças!

Licenças

Muitas mulheres querem licença-maternidade de seis meses. Pergunto: se uma dessas mulheres tivesse uma pequena loja, engravidasse e parisse um filho, fecharia a loja por quatro ou seis meses? Se não fecharia, por que as empresas que lhes contratam têm que assumir os prejuízos de suas maternidades? Sem ranços na resposta, apenas uma questão profissional, de mercado capitalista. Só. A meu favor tudo, é isso?

Falta dizer

As mulheres têm que pensar muito ao se juntar a um mimimi, desses que andam por aí. Planejamento familiar é discutir “antes” a possibilidade, o momento de gerar um filho. A responsabilidade toda cai sobre a mulher, os cuecas-molhadas continuam na deles, nem aí. Elas que se virem, é o que pensam os vagabundos.

 

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