A luz do túnel – Leia a coluna de Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

05/11/2022 - 05:11

Coisa chata a repetitividade das coisas, não é mesmo, leitora? Às vezes levanto enfadado. Só às vezes? Mas logo me lembro daquela velha verdade dos sábios milenares, aquela que diz que – “Não há nada de novo abaixo do sol, o que é já foi e o que foi será…”.

E essa verdade também me leva a pensar em outra, uma verdade dos cozinheiros, que diz que se a comida é sempre a mesma, mudemos os temperos. Aí está a saída, enfrentar as repetições e temperá-las ao modo que melhor nos convier, de acordo com o momento.

Toda esta enrolação, leitora, para contar a história de um sujeito, jovem ainda, 53 anos, que contava num site de jornalismo pelos perrengues por que passou e que o levaram à depressão e a pensar em se matar.

Alguns amigos o fizeram clarear a mente perturbada e voltar à vida. Em resumo, o sujeito tinha passado por um divórcio iniciado pela mulher. Afundou. A autoestima do cara (é regra masculina) foi para o brejo. Logo depois do divórcio ele foi demitido de um emprego de que muito gostava.

O sujeito capotou, não aguentou essas bofetadas da vida e afundou numa depressão, pensou em se matar. Certo? Erradíssimo. O verbo “desistir” é o verbo da infelicidade, seu irmão nada gêmeo é o verbo lutar. Foi o que o sujeito fez depois de um tempo e ajudado por amigos.

Vale para nós essa história. Todos temos altos e baixos na vida, não há nada de novo abaixo do sol, o que acontecia há 2000 mil anos continua hoje a acontecer. E vai continuar. As mesmas coisas.

Quando entramos num dos túneis escuros da vida só temos duas opções: ficar no túnel até que a luz da vida se apague ou buscar a luz do fim do túnel, uma luz que não está no fim do túnel, está em dentro de nós.

Ele foi embora, leitora? Celebre, faça uma festa com as amigas. Ela foi embora, compadre? Reúna os amigos para uma rodada de chope. Demissão? Há outras e outras formas de renda e felicidade profissional. Saúde combalida?

O melhor remédio é a fé, a luta e a certeza da cura. Nos túneis da vida a luz está sempre dentro de nós. Luz muito forte. É achar o botão e… Ligá-la.

CRIME

É “crime” sim. – Ah, mas foi o doutor quem receitou! Não importa, é “crime”, crime contra a natureza e à saúde. Falo dos remédios tranquilizantes, dos psicotrópicos para dormir, os “sedativos” cada vez mais em uso por crianças indefesas e por pessoas mais velhas e “desinformadas”. É preocupante o consumo desses dopings… Mais vendidos que pão em padaria. Usuários? Vão morrer mais cedo.

MENINAS

Se houvesse a possibilidade de o pedido ser feito a um deus, o que pediriam os homens e as mulheres diante da primeira gravidez do casal: filho homem ou menina? Com certeza, as mulheres, para contentar seus machinhos, pediriam guris, e eles, por temerem as mulheres, querem guris. Mas são, todavia, as filhas, mais das vezes rejeitadas, as que vão amparar na velhice os velhos gagás e urinados, seus pais.

FALTA DIZER

Médicos sabem do desconcerto dos homens quando ficam sabendo que o filho que está na barriga da mulher será uma “filha”. Depois da ultrassonografia, a prova dos noves da gravidez, confirmando uma guria para nascer, a maioria dos homens pergunta ao médico: – “O senhor olhou tão rápido, doutor, será que é menina mesmo”? Pai “machão”? Ignore-o, filhas.