“A grama do vizinho”

Por: Luiz Carlos Prates

05/09/2018 - 09:09 - Atualizada em: 05/09/2018 - 09:30

A grama do seu vizinho é mais verde que a sua? Não se inquiete, o vizinho quando espia a sua grama também a acha mais verde que a dele. Somos incorrigivelmente vítimas do sentimento de inferioridade, todos nós, sem exceção.

Aliás, tanto isso é verdade que Alfred Adler, seguidor e depois dissidente de Freud, criou uma corrente na Psicologia, corrente que garante ser o sentimento de inferioridade o mais forte de todos dentro de nós. Faz sentido, mas não tenho tempo para discutir esse sentido.

Devo, antes de entrar no assunto, dizer que procurei pelo livro e não o achei, então, fiz a encomenda, quero esse livro. O livro tem por título Os Perigos da Percepção. Fui dos alunos mais atentos no curso de Psicologia quando a aula era sobre O Mundo dos Diferentes Percebedores, um apaixonado.

Esse livro – Os Perigos da Percepção – acaba de ser lançado nos EUA e traz já de início uma boa questão/pergunta. Os autores do livro foram perguntar a homens velhos quantas vezes eles achavam que os jovens entre 18 e 29 anos faziam sexo por semana… A resposta média dos velhos foi achar que os jovens faziam 14 vezes sexo por semana.

Puft, fazem na média 4 ou 5. Claro, muitos podem achar que já está mais que boa essa média… Ocorre que os velhos viram “a grama” dos jovens mais verde do que ela é. E fazemos assim com tudo. Os outros, aos nossos olhos, dormem melhor, têm mais resistência, têm mais dinheiro, têm vida familiar melhor, sexo mais intenso e frequente, tudo, tudo é visto melhor do outro lado do muro das nossas pequenezes.

Só que, esquecemos, nós somos também vistos assim pelos outros. Sentimento de inferioridade é parte da condição emocional humana.

Tenho cansativas vezes falado aqui que tudo o que nos estressa só nos estressa pela percepção que temos dos fatos ou objetos estressores. Na verdade, não existe nada na vida que nos possa produzir estresse por igual, tudo vai da percepção, do modo de ver de cada um de nós. E esse modo de ver tem várias origens, da genética aos fundamentais da educação na primeira infância.

Bah, que furada, os “velhinhos” superfaturaram os cálculos da frequência sexual dos jovens. Baita furada. A rapaziada não é tão-tão assim. Vêm daí Os Perigos das Percepções…

Imagem

Quando você entra na sala de um diretor de empresa ou de um selecionador de pessoal a procura de uma vaga/emprego saiba que antes de ser ouvido, você é visto, vista. Sua imagem fala primeiro que seus lábios. E aí, amigo/a, é tudo ou nada. Se a imagem agradou, tudo ficará mais fácil, se não, vai ser quase impossível. A imagem da pessoa revela a cabeça, o que há dentro dela… E você nunca ficará sabendo da razão do não.

Competência

Há quem bata o pé e diga que a aparência pessoal nada tem a ver com a competência. Grosso modo, não, mas… A pessoa precisa cuidar de sua “embalagem” para que tenha um trânsito mais fácil dentro da empresa e na relação externa com os clientes. Um desmazelado passa a impressão de desatenção de parte da empresa. E desmazelo não tem nada a ver com beleza, nada. Tem tudo a ver com cuidados à imagem.

Falta dizer

Se muita gente tem dificuldades de confiar em quem está por perto, dentro da empresa, por exemplo, imagine se é possível acreditar em plataformas digitais… Só louco para acreditar no que vê e lê nelas. A credibilidade, alicerce do jornalismo, produz confiança nos leitores. No mais, todo cuidado é pouco.