“A falta de educação de adolescentes em sala de aula”

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Por: Luiz Carlos Prates

17/04/2019 - 07:04 - Atualizada em: 17/04/2019 - 07:58

Ontem dei uma voltinha pela passarela. Que passarela? Ora, a do shopping. Shoppings são hoje as passarelas das cidades. Fui e não me arrependi. Ouvi, de novo, o que já ouvi incontáveis vezes. Mas é bom manter certas coisas bem vivas na memória.

Foi assim. Andava em direção a uma livraria e na entrada da livraria esbarrei numa velha conhecida. Uma professora que um dia entrevistei num programa de rádio que por muito tempo apresentei em Florianópolis. Saudações daqui, saudações dali… –

E aí, professora, como vai a vida? E a sala de aula? – “Ah, Prates, tudo vai de mal a pior. Uma danação. Olha, se não fosse por gostar do que faço, bah, há tempos que já teria desistido…”.

E assim a professora iniciou o seu desabafo. – Ah, quase me esquecia de dizer que essa professora leciona num grande colégio particular de Florianópolis. Muito da “nata” da cidade tem seus filhos nesse colégio da professora. Um horror, segundo ela.

Contou-me a professora que as crianças e os adolescentes estão levando para a sala de aula a falta de educação de parte dos seus pais, falta de educação em grau insuportável.

Jovens fazem o que querem, erguem o queixo, pintam e bordam entre eles, os colegas, e respeitar professora é impensável… Tudo por culpa dos estúpidos pais e mães que não educam as crianças, mas por que não educam? Por loucuras de todo tipo.

Pais viciados, pais que não sabem se são homem ou mulher, mães viciadas, depressivas, desatinos conjugais de toda sorte, vidas vazias e plenas de mentiras e enganos nas ostentações sociais. Dificílimo ter clima em sala de aula para uma boa aula.

São momentos de exceção esses bons momentos. O resultado dessa orfandade de pais vivos é a desorientação dos jovens, a compensação de suas frustrações em ações agressivas de todo tipo, tudo dissimulado por aparentes razões objetivas. Meras desculpas vindas do inconsciente, ou descaradamente mentirosas.

Ouvi a professora sem nenhuma sobrancelha erguida, sei disso tudo de há muito, desde quando comecei a dar palestras em escolas. Ouvi e recolhi casos e mais casos. Meninos e meninas que para muitos deviam estar “presos”, mas cujas ações indevidas se justificavam plenamente pelas vidas levianas de seus pais.

E muitos desses pais ainda entram na escola rosnando, achando-se… Pobres bichos, fracassos humanos. E pobres crianças e adolescentes… Até à vista, professora.

 

Pílula

Só um néscio para não saber que de há muito já podíamos ter no mercado pílulas anticoncepcionais masculinas. Só os parvos para não saber disso. E por que já não temos essas pílulas? Porque os machinhos acham que vão ficar impotentes (já são…) e que a missão do macho é engravidar fêmeas… Agora ouça a manchete: – “Anticoncepcional masculino passa em testes iniciais nos EUA”. Iniciais? Por que só agora? E tem mais, já digo.

 

Elas

Hoje o sexo está rolando com uma facilidade que nem nos tempos de Sodoma e Gomorra havia… Despudor completo. E se já tivéssemos no mercado as tais pílulas anticoncepcionais masculinas só uma mulher louca para acreditar no cara que dissesse a ela que tomou a pílula… Só uma louca.

 

Falta dizer

Essa história de “meus direitos” (sem direitos) ou tem que ter um fim ou a marreta tem que pegar. Motoristas de carro não podem usar o celular, ordinários andam de bicicleta olhando para o celular, com fones nos ouvidos. Andam na contramão, sem sinalização, sem habilitações e sem teste de bafômetro. Até quando essa orgia? “Ferro”, já.