“Endometriose”

Por: Juliana Bizatto

17/10/2019 - 10:10 - Atualizada em: 17/10/2019 - 10:15

A Endometriose é uma doença caracterizada pela presença de tecido endometrial (que deveria estar dentro do útero) fora do útero. Ela pode ser classificada em ovariana (cistos de endometriose), peritoneal (ou superficial) e profunda.

Estima-se que acomete 5 a 10% das mulheres em idade reprodutiva, ou seja, desde a primeira menstruação até a menopausa.

Não se sabe ao certo o motivo que ocorre, mas uma das teorias mais aceitas (Teoria de Sampson) é a da menstruação retrógrada. Acredita-se que durante o período menstrual onde a mulher teria o sangramento vaginal já esperado, poderia ter sangramento que refluiria pelas trompas e cairia na cavidade abdominal, já que as trompas não são fechadas, como alguns podem pensar.

Essa teoria é reforçada pelo fato de que foi observado que 90% das mulheres apresentam líquido dentro da cavidade pélvica durante o período menstrual. Como apenas 10% das mulheres apresentam endometriose, acredita-se que é necessário um ambiente favorável hormonal e de fatores imunológicos para ocorrer a implantação do endométrio nesses locais.

Os sintomas que observamos nas pacientes com endometriose são cólicas menstruais intensas (que vão piorando durante a vida); dor abdominal crônica, principalmente na região de baixo ventre, contudo, a dor está relacionada com o local onde o implante de endometriose se fixou; infertilidade, as vezes esse é o único sintomas, a endometriose pode tornar a região pélvica inflamada e por isso um lugar hostil para o desenvolvimento do embrião, além das aderências que essa inflamação pode causar, “torcendo” os órgãos da pelve, como as trompas.

Dor na relação sexual de profundidade é outro dos sintomas, se o implante de endometriose ocorreu no fundo da vagina pode ocorrer dor durante o ato sexual; alterações intestinais e urinárias cíclicas (acompanhando o ciclo menstrual, e novamente como expliquei antes se os implantes de endometriose ocorrem numa alça intestinal ou na bexiga).

O diagnóstico é clínico, ou seja, pelos sintomas e exame físico. Frequentemente associamos com ultrassom e/ou ressonância magnética, mas apenas através de videolaparoscopia conseguimos ter certeza das lesões mais superficiais.

Frente ao diagnóstico temos dois objetivos de tratamento: alívio dos sintomas e melhora da fertilidade (estima-se que 25 a 50% das mulheres inférteis tem endometriose). O alívio dos sintomas pode ser adquirido com analgésicos; anticoncepcionais hormonais e/ou DIU hormonal; acupuntura, fisioterapia de assoalho pélvico, psicoterapia, anti-depressivos e cirurgia quando identificado lesões profundos ou cistos de endometriose.

A endometriose é considerada uma doença subdiagnosticada, pois muitas mulheres consideram normal ter cólica menstrual, entretanto, se for uma dor que está piorando ao longo dos anos e sintomas intestinais/urinárias associados merece uma avaliação do seu médico.

Você já parou para pensar em como anda a sua menstruação? Sempre que tiver dúvida consulte seu médico. Em caso de dúvidas entre em contato conosco pelas nossas mídias sociais.

Referência bibliográfica: Protocolos Febrasgo 2018; Ginecologia de Williams. 3° edição. 2017.

Dra. Juliana Bizatto

(CRM/SC 16684 | RQE 15232)

Endereço: Edificio Blue Chip: rua João Planincheck, 1990 – sala 501, bairro Jaraguá Esquerdo

Contato: (47) 3307 4853 | 9 9154 7387

Redes sociais: Facebook | Instagram