“Contos de Pré-natal – Carol ♥️ Lu = Catarina”

Foto divulgação

Por: Juliana Bizatto

03/12/2020 - 09:12 - Atualizada em: 04/12/2020 - 16:46

Estamos estreando hoje um novo segmento da minha coluna o qual vou chamar de contos pré-natal, que nada mais são que relatos de pré-natais que acompanhei e realizei o parto.

Quem me acompanha nas redes sociais sabe que eu já público essas histórias desde 2019, e após conversar com a equipe da OCP e com as pacientes envolvidas nesses relatos, com a expressa autorização destas, interessante trazê-las aqui na coluna.

E o primeiro desses contos não podia ser outro que de uma pessoa muito especial na minha vida, minha prima/irmã, a Carol, e a minha afilhada, a Catarina. Espero que gostem ♥️

Sempre soubemos que seria com emoção. Gente, sou filha única, mas não tão única assim, pois meus pais tiveram na sua casa, por 10 anos, a minha prima, portanto a nossa infância foi assim: em duas e com tudo que ter uma irmã lhe dá direito, brigas e brincadeiras intermináveis, confidências e cascudos, e muitas e muitas aventuras, mesmo aquelas que se passavam entre quatro paredes e duas imaginações férteis.

Enfim, a Carol engravidou, e eu não podia estar mais feliz, mesmo à distância (pois estava na residência), vibrei muito com essa notícia e sofri na mesma proporção quando descobrimos que o Rafael não havia conseguido sobreviver às 24 semanas.

Sinceramente, penso que nós nunca nos recuperamos. Mas ao saber que a Catarina estava a caminho, a saudade de alguém que foi tão amado sem nunca ter nos presenteado com a sua convivência amenizou.

Obviamente não seria uma gestação fácil, e a Carol me avisou assim que descobriu (sim, fui a primeira a saber, e sim me sinto super privilegiada por isso), mas por entre tantos motivos um deles era a distância!

Carol estava longe, vivendo um sonho na Bahia, a aventura da vida dela e do Lu, mas ela precisava voltar para eu poder cuidar das duas! Estávamos com o peso de uma trombofilia sobre as nossas costas, um peso real, as injeções são caras, e são aplicadas diariamente.

Houve sangramentos, infinitos ultrassons, algumas infecções, medicação para cá, medicação para lá, repouso um pouquinho, mais repouso, e resolvi deixá-la de repouso de vez!

E a cada novo mês completo todos regozijávamos de felicidade! Mas, sempre soubemos que seria com emoção, foi assim desde o exame de gravidez positivo!

Com 29 semanas as contrações se tornaram mais fortes e tivemos um início de dilatação, não houve outra alternativa que interná-la e pedir muita calma para a Catarina! Ela me atendeu, as contrações amenizaram, o trabalho de parto foi interrompido com sucesso e Carol ganhou alta (sempre aos cuidados intensos desse super marido que é o Lu).

Mas estávamos vivendo à iminência de um parto. Mais medicação, adiantamos o chá da Catarina (melhor fazer antes de ela nascer, né?), e nesse dia fui coroada com a mais linda homenagem, além de tia postiça, me tornei dinda dessa princesa, e se antes eu já a amava como sobrinha, agora era como afilhada.

A cada semana que se passava a dilatação aumentava mais um pouco, dá-lhe repouso, uma semana aqui, uma semana ali, e chegamos às 34 semanas, ufa!

Diminuía a chance de haver necessidade de uma UTI! Mantive a medicação mesmo assim, eu tinha a ambição de chegarmos até 37 semanas, mas como eu disse antes, sempre soubemos que seria com emoção, no dia 9/10/19, a Catarina decidiu a sua data de nascimento. Carol entrou em trabalho de parto ativo e não havia mais o que fazer, se não recebê-la!

Catarina veio forte, um choro alto e agudo encheu a sala (bem filha de Carol, te amo prima), apesar das 35 semanas, nasceu com 2600g, sem desconforto respiratório, e com fome!

Carol, minha amiga, minha prima, minha irmã e agora minha comadre, apesar de ter quase infartado inúmeras vezes não há nada nesse mundo que teria me feito mais feliz acompanhar cada centímetro do crescimento da nossa princesa, ter zelado pela saúde de vocês encheram meu coração de felicidade e meu mundo de cor-de-rosa, eu sei que eu não preciso dizer nada porque você já sabe, e saiba que todas essas palavras não ditas se estendem a nossa princesa. Amo vocês todos!