Esteio do desenvolvimento de SC, agroindústria tenta vencer momento crítico neste mês

Por: OCP News Jaraguá do Sul

03/04/2018 - 14:04 - Atualizada em: 14/05/2018 - 14:09

Símbolo do desenvolvimento catarinense, a agroindústria tem “um abril decisivo” para seu futuro. Sadia e Perdigão, que constituem a força da BRF, maior exportadora mundial de carne de frango, vivem um momento dramático, com um prejuízo bilionário e, no centro de uma operação policial que prendeu até um ex-presidente, Pedro Faria. Vítima de uma administração desastrosa comandada pelo outrora “mago” Abilio Diniz (Pão de Açúcar), a BRF fará uma assembleia no dia 26 para que os mais de 30 mil acionistas possam eleger o novo conselho de administração. O que levou a empresa a esse estado caótico foi, acima de tudo, a falta de conhecimento do negócio, expertise que os catarinenses dominaram e ainda dominam. Tirando poder das famílias fundadoras da Sadia (Fontana) e Perdigão (Furlan) e demitir antigos funcionários que sabem tudo do setor, Diniz tentou fazer da BRF “a Ambev das carnes”. A revista Exame elabora um bom diagnóstico sobre isso: “Ao tentar impor práticas que deram certo em outros setores, a BRF colocou em xeque a estabilidade de toda a sua cadeia, que parte de um intrincado planejamento para formação e acompanhamento de milhares de criadores de aves e suínos até o abate, o chamado desmonte de animais e envio das partes para diferentes lugares do mundo”. Mas os desafios da agroindústria neste momento não se resumem à BRF: o anúncio da Aurora de dar férias coletivas de 1º a 30 de junho aos 1.391 funcionários da unidade de Abelardo Luz – que abate 33,5 milhões de frangos por ano, 13,4% do total da companhia – é um baque forte. Europa e a Rússia, principalmente, cortaram a importação do frango brasileiro. E aí se soma o problema de suprimento do milho, um dos principais insumos da avicultura industrial, que passa por um período de retenção especulativa, cujo efeito é a ‘inflação artificial’ de seu preço. Os catarinenses, todos, precisam torcer para que essa ‘tempestade perfeita’, passe logo.

Líder, Orcali chega aos 50 anos

A Orcali chega aos 50 anos na liderança de um segmento que reúne quase duas centenas de concorrentes em SC. Primeira empresa do ramo no Estado, surgiu em Florianópolis com o desafio de participar de edital para prestação de serviços de limpeza no extinto INPS. Hoje, mantém unidades nas principais regiões, atende cerca de 200 municípios e emprega cerca de 6 mil trabalhadores. Presta serviços às redes pública e privada, como bancos, comércio, indústria, instituições de ensino, condomínios, residências, clí- nicas e hospitais nas áreas de Vigilância Patrimonial, Segurança Eletrônica e Rastreamento Veicular, Limpeza e Conservação, Serviços Especializados, Recursos Humanos e Serviços Temporários.

Mesmo cinquentenária e na liderança, a companhia busca inovação e excelência em qualidade. “Este é o nosso maior desafio”, diz o presidente do grupo, Ricardo Kuerten Dutra (foto), focado no modelo de administração clássica. “Se nós nos propusemos a fazer prestação de serviços, nos obrigamos a fazer a melhor prestação de serviços possível. Não inventamos e nem seguimos modismos”. Deu resultado, e com ele veio com a Certificação ISO 9001 ainda em 2004. Mas práticas modernas – como a sustentabilidade – também têm seu lugar. A empresa faz ações ambientais especialmente na área de Limpeza, pela HS Serviço Ambiental, que reconhece a Orcali pela destinação correta do lixo reciclado.

Vem da Nasa

Integrante da equipe Missão Apollo, que levou o homem pela primeira vez à Lua em 1969 e hoje participantes dos estudos que levarão a primeira tripulação humana a Marte, o pesquisador sênior e chefe de Tecnologia da Nasa, Kumar Krishen, estará em SC de 11 a 13 deste mês. No primeiro dia, ele fará palestra na Unisul Campus Grande Florianópolis, Unidade Pedra Branca, e durante sua estada vai orientar sobre como se preparar para um futuro de inovações tecnológicas. As inscrições podem ser feitas até o dia 10 pelo link: http://hoje.unisul.br/ eventos/nasa-na-unisul, gratuitamente. A Unisul e a Teltec Solutions são as organizadoras da vinda do pesquisador ao país, com o apoio da ADVB/SC e da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate).

Mais luz

A catarinense Taschibra, uma das maiores indústrias de iluminação da América Latina, vai apresentar mais de 100 lançamentos na Feicon Batimat, evento que reúne empresas ligadas à construção civil e arquitetura, entre 10 e 13 deste mês, na São Paulo Expo. Entre as novidades, destaque para a linha de vidros artesanais aerados, produzida por meio da milenar técnica de sopro. O resultado são peças com textura diferenciada e exclusivas, já que cada uma é feita individualmente. “Já utilizamos a técnica do sopro em outras linhas e foi um sucesso. O diferencial desta linha, além dos detalhes mais delicados e menores, fica por conta também do processo de produção sustentável, com reaproveitamento do vidro. Em um mundo cada vez mais tecnológico, o trabalho artesanal é muito valorizado”, diz Afonso Schreiber, presidente da empresa. Outro lançamento que será apresentado é o pendente Indra da Blumenox (foto). Feito em alumínio e com cores diferenciadas, o pendente se destaca pela chuva de cristais.

Martine Grael

O desaparecimento do velejador britânico John Fisher no Pacífico Sul, entre Auckland, Nova Zelândia, e Itajaí, não só enlutou a Volvo Ocean Race, como também mostra o quanto é perigosa essa competição que percorre 7.600 milhas náuticas. Entre os velejadores que estão nas seis embarcações (a sétima, a chinesa, saiu por causa do acidente com o seu tripulante) aguardadas no litoral catarinense no fim desta semana está a brasileira Martine Grael (foto), integrante do team AkzoNobel. Quando deu esta entrevista, Martine e seus companheiros se aproximavam do Cabo Horn, um dos pontos mais meridionais da América do Sul, na Ilha de Hornos, arquipélago da Terra do Fogo, na porção pertencente ao Chile. “A navegação ocorre com neve! Os barcos estão beirando o limite de gelo, que a organização impôs para evitar contatos com icebergs”, explicou a brasileira. A partir daí ela passa a relatar os perigos da viagem: “As condições estão ficando cada vez mais extremas. Nós tivemos neve, pelo lado de fora. Várias tempestades de chuva, então o vento aumenta e nós temos que nos preparar, e cada um faz mais de uma função. Com isso, fica até mais fácil de entreter. Realmente, estamos enfrentando ventos muito fortes e tem que se preparar para não quebrar o barco, pois precisamos seguir depois do Cabo Horn”. Martine, campeã olímpica, teve uma pequena lesão após bater o cóccix durante a velejada. Mas nada sério. “Como brasileira, eu nunca vou conseguir me acostumar com esse frio. Está demais. Minha mão está congelada. No frio é mais difícil de lidar com lesão, então tudo está mais dolorido”, lamentou Martine. Até então, o barco que liderava a prova era o do Team Brunel, sob o leme dos veteranos Bouwe Bekking e Andrew Cape, que já passaram pelo Cabo Horn algumas vezes. “As pessoas mais jovens ajudam a tornar o barco mais rápido, mas nunca sofreram um sério revés e não queremos que experimentem isso”, disse Bouwe Bekking. “As coisas podem piorar rapidamente aqui. Em apenas um piscar de olhos, 40 nós podem se tornar mais de 30, e então qualquer coisa pode acontecer”. Infelizmente, Bekking acabou prevendo o pior. Ele disse isso poucas horas antes de John Fisher – um velejador experiente – cair no mar do Pacífico.