Análise dos resultados sociais e econômicas dá dimensão da “Aliança LHS”

Por: OCP News Jaraguá do Sul

20/02/2018 - 10:02

Justo e merecido que o protagonista da transmissão de cargo de governador na semana passada tenha sido o ex-governador Luiz Henrique da Silveira (1940/2015). Afinal, foi ele que criou e fez funcionar a aliança partidária que durante os últimos 16 anos imprimiu um ritmo desenvolvimentista ao estado e criou as bases para o crescimento futuro. Muitas análises políticas foram feitas sobre a harmonia entre Raimundo Colombo, que deixa o governo aos poucos, e Eduardo Pinho Moreira, que nesta semana assume a gestão com velocidade de campanha eleitoral. No entanto, poucas foram as análises sobre o legado socioeconômico que esse pacto político – que poderíamos rebatizar de “Aliança LHS” – deixa para SC, lembrando que tudo começou em 2003, com o programa de “descentralização” que foi a marca dos dois governos Luiz Henrique. “Descentralizar” Santa Catarina, naquele momento, era fundamental. O resultado desse plano foi sentido mesmo antes de 2010: o estado integrou-se definitivamente, do Oeste ao Litoral, e constituiu “uma só Santa Catarina”, antes dispersa em regiões que agiam isoladamente e com suas próprias vocações. Uma gestão pública moderna, eficiente e rigorosa implantada por LHS permitiu também que o governador Raimundo Colombo enfrentasse com extrema competência quase três anos de uma recessão histórica e SC saísse da crise muito à frente dos demais. Não é exagero dizer que o estado que é apenas o 20º em extensão territorial e tem menos de 7 milhões de habitantes, mas é o sexto mais rico da federação, está preparado para o futuro – apesar dos desafios que veremos mais adiante. Com a descentralização que propiciou a integração, a distribuição “social” da terra em pequenas propriedades rurais que é a principal mola propulsora do cooperativismo e da agroindústria de escala internacional, uma indústria forte que hoje lidera um movimento nacional pela educação, saúde e segurança do trabalhador, comércio, serviços e turismo em desenvolvimento, Santa Catarina precisa agora “pensar” nos próximos 20 anos.

O que LHS faria agora?

É neste momento que o protagonismo de Luiz Henrique da Silveira volta ao cenário: o que será que ele, um visionário, projetaria para seu estado até 2038? Cabe aos futuros governantes – agora pré-candidatos – responder a esta pergunta. Mas uma coisa é certa: o gesto da viúva Ivete Appel da Silveira na transmissão de cargo, entregando as gravatas do marido aos “governadores” Raimundo Colombo e Eduardo Pinho Moreira, certamente contaria com o aval do protagonista do evento. Sem a base política da aliança que vem dando certo há 16 anos dificilmente é possível executar os planos que LHS teria para SC. E apesar de preparado para o futuro, o estado tem enormes desafios estruturais muito semelhantes ao do resto do país – talvez aqui a maior diferença seja a razoável reforma previdenciária executada por Raimundo Colombo. Os estudos da Federação das Indústrias apontam para um atraso de décadas com relação às rodovias e ferrovias: há gargalos que podem sufocar nossa economia pelos caminhos não duplicados das BRs 470, 282 e 280 e a quase lendária construção da Ferrovia do Frango, que deveria trazer nossa produção desde a fronteira com a Argentina até os portos.

Falando nisso

Quem sempre criticou as SDRs foi a imprensa e agora na última eleição a oposição. A população elegeu Luiz Henrique pelas SDRs e aprovou isso em quatro eleições. Aquilo foi uma ideia visionária. – Eduardo Pinho Moreira, agora governador em exercício, em 2015, depois da quarta eleição vitoriosa da “Aliança LHS” em 2014

Carros premium

A DVA Automóveis de Joinville, representante exclusiva dos modelos de luxo da Mercedes-Benz no Norte de SC, fechou 2017 com saldo positivo: vendeu 14% a mais em relação do que em 2016, garantindo a liderança desse concorrido segmento, com 46% de participação no mercado. Mais do que crescer, manteve a hegemonia no setor – o que acontece desde 2014, ano em que a concessionária foi inaugurada. “Esse sucesso é garantindo por conta do nosso portfólio, que passa por um grande momento, apresentando uma linha totalmente renovada e ampliada, que entrega esportividade com design moderno e arrojado, preservando o conforto e o luxo que o nosso público alvo espera”, avalia a gerente de vendas Kelma Cristina Araújo. No Brasil, a Mercedes-Benz também terminou o ano na liderança e, em SC, onde tem representação exclusiva da DVA, teve o mesmo desempenho, com participação de 38% no mercado premium. E neste início de ano um novo modelo chega aos showrooms da empresa, o CLA 180 (foto).

Expen

Empresários e empreendedores terão oportunidade de conferir inovações e tendências tecnológicas na Feira de Soluções Empresariais (Expen), de 14 a 16 de março, no Centro Plínio Arlindo de Nês, em Chapecó. Realizada pela Associação Polo Tecnológico do Oeste Catarinense (Deatec), com apoio da Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC), a feira chega à quarta edição, com o tema “Transformação digital para o seu negócio”.

Falando nisso

Santo Agostinho dizia: ‘A natureza não dá saltos’. Darwin dizia: ‘A natureza se adapta e evolui’. E eu digo: ‘A política não dá saltos’. – Luiz Henrique da Silveira, em dezembro de 2014

Gargalos

Ainda sobre o legado deixado por LHS e os desafios para o futuro de SC, importante lembrar que os portos fizeram parte das obras estratégicas de Luiz Henrique, que nos deixou cinco terminais eficientes e que levaram a resultados excepcionais em 2017, como, por exemplo, a ampliação das exportações em 12%, chegando a US$ 8,51 bilhões. Por outro lado, apesar de todo esforço político feito por LHS e Colombo, a questão dos aeroportos permaneceu um gargalo. Só agora saiu a concessão do Aeroporto de Florianópolis e a Infraero resolveu assumir o de Correia Pinto, na Serra, após uma longa novela. Chapecó precisa de um novo terminal, assim como Navegantes necessita investimentos. E aí a bola volta para os políticos: sem força em Brasília, infelizmente, os gargalos vão continuar sufocando a economia de SC. Mais um motivo para uma aliança forte que possa ter força de pressão junto ao Palácio do Planalto e ao Congresso Nacional.

O pacto

Com a morte de Luiz Henrique, em maio de 2015, faleceu também o movimento pelo Pacto Federativo liderado por ele partir do Senado – uma tentativa de implantar o conceito de descentralização num país em que as receitas ficam 58% em Brasília, 24% para os estados e o Distrito Federal, e 18% para as prefeituras. Pelos cálculos de LHS, essa divisão deveria ser de 45%, 25% e 30%, respectivamente.

Falando nisso

No Brasil, o dinheiro é federal e as demandas são locais. Os recursos técnicos e financeiros estão em Brasília, enquanto as carências e as demandas, impossíveis de serem atendidas com os parcos recursos de que dispõem estados e municípios, estão nas cidades onde vivem os brasileiros. – Luiz Henrique da Silveira, em julho de 2014, no Senado Federal, pregando a “descentralização” nacional, ou seja, o Pacto Federativo