“Remédio para insônia e a ilusão do sono melhor”

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Por: Erika Tavares

01/06/2018 - 09:06 - Atualizada em: 01/06/2021 - 10:28

Os idosos ainda são a faixa etária que mais consomem medicações para dormir, mesmo sendo os mais susceptíveis aos seus efeitos colaterais, como aumento do risco de quedas e com isso fraturas, sonolência diurna, tolerância e dependência química, entre outros.

Mas, nas últimas décadas com a disseminação do uso de equipamentos eletrônicos como computadores e celulares, e das mídias sociais como Facebook, Instagram, WhatsApp; e as exigências cada vez maiores de tempo dedicado ao trabalho – o dia ficou mais curto para encaixar os compromissos sociais, trabalhistas, momentos de lazer e um sono de qualidade.

Com a crescente necessidade de aumento de produtividade, disponibilizar horas para dormir se torna inadequadamente menos importante, reduzindo o tempo total dormido. Aumentamos a ingesta diária de cafeína com uma redução do tempo total para dormir o que gera uma queixa maior em relação ao sono, seja sonolência durante o dia, dificuldade para dormir ou sono insuficiente.

Construímos atualmente uma população que desrespeita seu ritmo biológico e se torna cronicamente privada de sono. E na tentativa de dormir mais tem-se aumentado o consumo de remédios indutores do sono na faixa etária mais produtiva, o adulto de meia-idade.

Uma pesquisa financiada pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos concluiu que o uso de medicamentos contra a insônia não significa necessariamente ter uma melhor noite de sono. A ciência comprova o que já sabemos com o uso destes remédios: dorme-se mais, mas não melhor.

O tratamento de primeira linha para insônia crônica nunca foi medicamentoso, sempre foi e continua sendo a Terapia Cognitivo Comportamental, que é bem documentada em relação à eficácia de seus resultados em todas as fases do desenvolvimento humano. Esta consiste em modificar situações, crenças e hábitos que mantêm a insônia; e educar os pacientes sobre práticas saudáveis para o sono.

Nós médicos temos a obrigação ao prescrever esses remédios de informar aos pacientes sobre os riscos de usá-las a curto e a longo prazo, como o aumento do risco de ter alzheimer.

Vivemos em uma sociedade que dorme pouco, que vive em privação de sono e não tardará a colhermos as consequências desse sono insuficiente.

Onde encontrar

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