“Entenda como a obesidade afeta o cérebro”

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Por: Erika Tavares

29/03/2022 - 07:03

Existe uma série de interrelações comprovadas cientificamente entre a obesidade, o consumo elevado de gorduras e o desenvolvimento de doenças neurológicas.

Aliás, são inúmeras as evidências científicas de que a obesidade e suas comorbidades metabólicas, como a resistência à insulina, hiperglicemia e diabetes tipo 2, são risco de gatilho para doenças neurodegenerativas como o Parkinson e doença de Alzheimer.

Estudos recentes da Universidade de Cambridge, Inglaterra, registram que déficits de memória são significativamente mais prevalentes em pacientes com obesidade. Uma neuro-inflamação crônica pode afetar a fisiologia do cérebro, alterar o humor e o comportamento, provocando maior risco de depressão e ansiedade.

Outra pesquisa sobre obesidade e danos cerebrais em adolescentes, da Faculdade de Ciências Médica da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) em conjunto com a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP), com imagens obtidas a partir de ressonância magnética, evidencia alterações em regiões responsáveis pelo controle das emoções e do apetite, bem como pela cognição.

O acidente vascular cerebral, AVC, tem como fatores de risco cardiovasculares a hipertensão arterial, a diabetes, o tabagismo e a obesidade. Essas doenças causam danos nos vasos que propiciam à deposição de placas de gordura, assim como à formação de trombos (coágulos) nos vasos. Eles aumentam a chance tanto de AVC isquêmico quanto hemorrágico. Contudo, são fatores passíveis de modificação, portanto, possíveis de controle com um bom tratamento clínico.

Outra relação comum é entre sono e obesidade. Tanto os distúrbios do sono propiciam a obesidade quanto o contrário. Muitos pacientes obesos se queixam com frequência de sonolência em excesso durante o dia e sono que não descansa, isso acontece justamente porque a qualidade do sono está ruim, mesmo que a quantidade de horas seja satisfatória para a idade.

A propósito, há trabalhos científicos diversos comprovando a que o sono insuficiente leva à diminuição do hormônio da saciedade e aumento do hormônio responsável pela fome. Resulta, assim, em distúrbios de apetite e ingestão alimentar inadequada com mais chances de obesidade. Em geral, é necessário tratar às duas entidades – tanto a obesidade quanto o distúrbio de sono.

Devido essas e outras condições, é essencial que todos os médicos, em particular, os neurologistas tenham sempre atenção no atendimento de pacientes com obesidade.

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