“Na família e empresa: ‘Idoso’ soma, ‘velho’ subtrai!”

Que um dia todos possam refletir, em profundidade: quando os pais morrem e a casa deles fecha, a família perde 90% da união e fraternidade entre si. “Familiares” tornam-se, muitas vezes, somente “parentes”. Ou não?

O que esse velhinho “se acha”, um garotão? Não está sendo ridículo em não se colocar onde deveria estar! Afinal, lugar de velho é no sofá ou na cama, não aqui ‘saracoteando’ como um jovem.

Isso já foi assim, tempos atrás! Hoje, felizmente, de ridicularização a reação passou a ser de admiração. Gott sei danke! (graças a Deus!).

Mas, afinal quando se vira ‘idoso’ ou ‘velho’?

No Brasil, as prioridades em estacionamentos, atendimentos e aviões valem a partir dos 60 anos e, na Europa, está cada vez mais comum, 67 anos. Na Itália, até já se fala em 75 anos.

Até há pouco tempo, chegar a estas idades não era um feito para muitos, e muitos dos que alcançavam essas idades beirando 70, tinham dificuldade de se levantar da poltrona ou da cama. Com os avanços da medicina e da qualidade de vida nas últimas décadas, até nonagenários, não só deixaram de ser raridade, como vêm demonstrando que podem, sim, levando vida regrada, cuidando da alimentação, praticando atividades físicas e – fazendo planos para o futuro pessoal e profissional – levar uma vida ativa e prazerosa.

As características comuns desta turma são independência, curiosidade, informação, conhecimento, capacidade de escolha, elevada dose de alto-astral e sabedoria. Enfim, a idade avançada não pode, mais, ser associada à decadência e dependência e, muito menos, como disse Charles De Gaulle: “A um naufrágio!”.

Sim, sabe-se que o percurso inexorável da vida passa, em sua fase progressiva, pelo nascimento, infância, juventude, idade adulta e meia-idade e, na fase descendente, pela idade final. Contudo, hoje em dia, a curva descendente do idoso pode ser substancialmente menos declinante, de forma que a sua “utilidade” possa demorar a se transformar em mero “significado”.

Assim, alguém nesta tal “idade (reta) final” pode ser um “idoso” ou um “velho”. “Idoso”, se ainda cheio de sonhos, projetos e agenda ativa, produtiva e visível. “Velho”, se está sempre reclamando, falando apenas dos “bons tempos lá atrás”, focado em doenças próprias ou de outros, estorvando com limitações físicas e cognitivas, enfim, atrapalhando os “normais”, que têm “toda uma vida pela frente”.

O “idoso” (aquele cheio de idade, energia e motivação), com o seu volume de informações, conhecimento e sabedoria pode ser uma importante enciclopédia (do passado) ou um Google (do presente) para o aconselhamento daquelas pessoas, que ainda estão na fase progressiva da vida, tudo como lembra um antigo provérbio chinês (de antes de Cristo) e ‘atualizado’ em 1890, por Otto Von Bismarck, o “Chanceler de Ferro”, o estadista mais importante da Alemanha do século XIX: “É preferível aprender com os erros dos outros do que com os próprios”.

Também vale lembrar Vicente Donini, Presidente do Conselho de Administração da Marisol, que disse sobre a sucessão empresarial familiar: “O patriarca ou a matriarca idosa pode ‘sair da boleia’ (gestão operacional), mas não precisa ‘desembarcar do veículo’ (empresa), podendo permanecer como Conselheiro e Mentor, figura fundamental à perpetuação intergeracional do negócio”.

Por sua vez, para a família, o “idoso” é pessoa de fundamental importância, em termos de equilíbrio e moderação, principalmente para o restabelecimento de alguma normalidade em ‘estremecimentos bobos’ de relações familiares, reformatando-as em ‘educadas’ (respeitadoras e empáticas), nem que, até mesmo – em caso de estupidez de algum familiar ou agregado – meramente protocolares.

Que um dia todos possam refletir, em profundidade: quando os pais morrem e a casa deles fecha, a família original (inicial) perde 90% da união e fraternidade entre si. É muito comum, então, que “familiares” tornem-se, somente “parentes”.

Ou não?

 

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Emílio Da Silva Neto

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