Existem pessoas que são “Usinas de Ideias”, verdadeiras avalanches de sugestões para resolver todos os problemas do mundo. Contudo, não cumprem o que propõem, pois, efetivamente, não realizam coisa alguma. E, quando incumbidos de executar algum projeto, inventam “mil e uma desculpas”, bem justificando a não realização.
O sogro deste colunista, Urbano Franz(e)ner (*1926/+2014) – cofundador, em 1960, com a esposa, Alminda Pradi Franzner, da Cerealista Urbano, uma das maiores empresas do setor no Brasil – tinha, para evitar, efetiva e definitivamente, este “carrossel de fantasias”, como mote, o seguinte: “mais vale uma ideia implantada do que mil no papel” e só valorizava, no quadro da empresa, pessoas que fizessem, realizassem, concluíssem, pois, complementarmente, dizia: “ter muitas ideias na cabeça é sempre fácil; difícil, (quase) sempre, é colocá-las em ação e levá-las à frente, com ou sem dificuldades iniciais e seguintes”.
Além dos “Usinas de Ideias”, há, ainda, outro extremo de pessoas, igualmente negativo. São os “Engenheiros de Obras Prontas”, aqueles que pegam uma situação que já passou, que já aconteceu, e então analisam de ponta a ponta, dizendo quais foram os erros, como deveriam ter lidado com cada ponto e, porque as pessoas envolvidas na execução foram incompetentes, por pouco ou nada saberem sobre o assunto.
Algo, no mínimo, injusto e de pouco valor, pois quando se tem todos os acontecimentos na mão, é muito fácil saber onde ocorreram/estão os erros. Porque estes pseudo e tardios “engenheiros” não aproveitaram uma oportunidade anterior para contribuir para que a situação fosse outra? Por que só apareceram depois, com ares de “Dr(a). Sabe Tudo”, apontando causas e ‘caminhos’ melhores (sem falhas, nem erros) aos que fizeram acontecer?
Estes dois extremos de comportamento têm muito em comum, pois quase não trazem algo de útil para a solução de problemas ou situações em seu entorno. Ambos se apresentam como conhecedores profundos de assuntos, colocam-se como se estivessem dando a maior colaboração possível e com o passar do tempo, mostram-se ressentidos.
O “Engenheiro de Obras Prontas”, porque se diz não ‘consultado’ e o “Usina de Idéias” se coloca como ‘desconsiderado’, não ouvido. Ambos, fazendo estardalhaço a respeito.
Os “Engenheiros de Obras Feitas” estão, ad infinitun, em todos os lugares: nas empresas, nas famílias e nos clubes, despejando críticas e “tecendo considerações”, nunca elogios aos que realmente fazem ou fizeram.
As críticas destes ‘sabem tudo, mas que nada fazem no seu devido tempo’, enfim, funcionam como um bombardeio intensivo para destruir aqueles que farão ou fizeram algo de concreto.
Felizmente, as empresas vêm identificando estes “sabem tudo que pouco/nada fazem” e eliminando-os de seus quadros, o que é extremamente salutar. Um custo a menos por alguém que só sabe falar e, diga-se de passagem, normalmente com muita eloquência.
Outro caminho é mostrar, através de fatos, como estes ‘atores de fusos tardios’ têm se comportado no decorrer do tempo, abrindo uma possibilidade para a mudança, por sinal, algo nada fácil e de processo dolorido e longo.
Definitivamente, não há uma terceira via para a eliminação destes parasitas que surgem ao final do espetáculo!
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Também, com dedicatória personalizada, diretamente com o Autor
Emílio da Silva Neto
Dr. Eng., Industrial, Consultor, Conselheiro, Palestrante, Professor (*) Sócio da ‘3S Consultoria Empresarial Familiar’ (especializada em Processo Decisório Colegiado, Governança, Sucessão, Compartilhamento do Conhecimento e Constituição de Conselhos Consultivos e de Família). Doutor em Engenharia e Gestão do Conhecimento.
Curriculum Vitae: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4496236H3
Tese de Doutorado: http://btd.egc.ufsc.br/wp-content/uploads/2016/08/Em%C3%ADlio-da-Silva.pdf
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