O início das obras da Ponte da Contemplação é um autêntico atestado de que preservar a história é uma forma de entender o presente a partir do olhar do passado.
Outrossim, reconstruir a partir da história, é a melhor forma de se reviver. O símbolo dessa reconstrução está evidenciado na remanescente, solitária e centenária pilastra, no meio do nosso Rio Itapocu, que sustentou a antiga Ponte Abdon Batista.
O criativo e moderno projeto arquitetônico fará com que a antiga ponte coberta, resplandeça com o mesmo significado e dinamismo de outrora, mas adaptada à atual Jaraguá.
A nova ponte em estrutura metálica estaiada, com quatro metros de largura e 70 de comprimento, ligará a Rua Hugo Braun, no Centro, com a Max Wilhelm, Vila Baependi. Portanto, em aproximadamente 10 meses, terá brotado da centenária pilastra, um novo caminho de passagens, encontros e contemplação. Será possível, então, um olhar sob nova perspectiva do rio e da cidade.
Tal qual viagens ao tempo, das paradas para contemplação a partir do idealizado mirante, advirão cenas da colonização, lá dos idos de 1910, quando a população de Jaraguá do Sul se obrigava a atravessar o Rio Itapocu de balsa, como meio de escoar a produção agrícola, que impulsionaria o início do desenvolvimento. Cenas dos colonos que saíam do trapiche ao lado do comércio de Jorge Czerniewicz, na época conhecido como Porto Czerniewicz, para a travessia cotidiana.
No possível exercício de contemplação, se poderá também imaginar a primitiva, pequena e frágil ponte arrastada por uma devastadora enchente em 1911, surgindo em seu lugar, a ponte viabilizada por Abdon Batista, da qual herdamos a velha pilastra, hoje tombada como patrimônio histórico. Em 2022 esse providencial resgate se concretizará como mais um símbolo significativo para o orgulho jaraguaense.
