Por Nelson Luiz Pereira – conselheiro editorial do OCP
A realidade dos fatos nos mostra que estamos em meio a uma pandemia, que exige uma série de medidas para que a contaminação não se alastre. Esta é uma guerra que não se vence com exército fragmentado.
Não há nenhum decreto do poder público determinando que esta guerra já esteja vencida. Embora tenhamos, felizmente, avançado para uma flexibilização, envolvendo os setores essenciais da saúde e economia, a ordem ainda é: “quem puder, fique em casa”.
O que temos testemunhado, não se coaduna com o padrão disciplinar que caracteriza nossa sociedade. Parte da população tem dado exemplos de descaso, cuja mensagem: “quem puder fique em casa”, tem sido interpretada como: “quem puder saia de casa”.
O poder público e a imprensa vêm trabalhando de forma incansável, visando suprir a comunidade com colossal volume de informação e orientação, com vistas a proporcionar segurança e bem estar social. No entanto, poder público e imprensa não garantirão a vitória, se cada cidadão não fizer sua parte.
Os lamentáveis flagrantes do último final de semana, também aqui em nossa cidade, são uma demonstração de que nosso exército está relativamente fragilizado. Parte do pelotão, que representa a sociedade civil, é composta por desertores. Ressalta-se então, que a contribuição de cada cidadão se resume em: i) observar e seguir as recomendações dos órgãos de saúde, amplificadas pela imprensa; ii) evitar aglomerações; iii) em locais de circulação, respeitar distanciamento de um metro e meio e usar máscara.
Pode-se constatar que, se de um lado, essa crise pandêmica nos impôs severas restrições, de outro, está nos revelando, com maior evidência, quem é dotado de senso de cidadania, ou seja, que é, de fato, cidadão. Vale, por fim, a reflexão de que ser cidadão é muito mais do que pertencer a uma cidade.
Ser cidadão é, essencialmente, saber “conviver” em sociedade. “Quem puder, fique em casa”.
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