Você sabe o que o Grupo Pão de Açúcar, Puma e Apple têm em comum, além de serem empresas consolidadas e bem posicionadas no mercado?
Todas estiveram a um passo de declararem falência e encerrarem definitivamente suas atividades, mas conseguiram se reinventar e voltar ainda mais fortes e competitivas do que nunca.
Em meados de 1991, o Grupo Pão de Açúcar se viu mergulhado em dívidas e realizou a reestruturação mais importante da sua história, ao se desfazer de tudo que não estivesse ligado diretamente ao varejo. Resultado, nove anos depois assumiu a liderança do mercado brasileiro no ramo, ultrapassando sua maior concorrente Carrefour.
Já a PUMA, depois de acumular consecutivos exercícios em prejuízo, com uma marca desvalorizada e sendo comercializada em liquidação em todo o mundo, conseguiu se recuperar com a entrada de novos investidores e das fortes parcerias firmadas.
Para resolver a desvalorização da sua marca, passou a investir 70% dos seus lucros em marketing, num plano de reposicionamento no mercado com base na nova visão corporativa da empresa: esporte, estilo de vida e moda.
Pouco mais de dez anos depois do início do seu processo de reestruturação, a PUMA se firmou como uma das maiores fornecedoras de calçados, vestuários e acessórios do mundo, estando atualmente presente em mais de 80 (oitenta) países, faturando quase US$ 5 bilhões anuais.
Já a Apple, após conseguir lançar alguns produtos de sucesso nos anos 80, enfrentou forte dificuldades na década seguinte, pela falta de inovação tecnológica, por equívocos cometidos por seus gestores da época e principalmente pela forte concorrência imposta pela Microsoft de Bill Gates.
Para tentar contornar esse panorama, trouxeram seu co-fundador Steve Jobs novamente para empresa, o qual passou a investir em produtos inovadores, com designer arrojados e atraentes, se tornando a primeira empresa a atingir a marca de US$ 1 trilhão em valor de mercado.
Na palavra de Steve Jobs, “não faz sentido olhar para trás e pensar: devia ter feito isso ou aquilo, devia ter estado lá. Isso não importa. Vamos inventar o amanhã, e parar de nos preocupar com o passado”.
Há diversas outras empresas como as citadas acima, as quais tiveram que percorrer um árduo caminho de reestruturação e atualmente conseguiram retornar ao rumo do crescimento e se consolidaram como marcas forte do mercado.
Se há uma lição a aprender com essas empresas é que não adianta se lamentar pelos erros do passado ou pelas oportunidades perdidas, mas cabe ao empreendedor utilizar desses resultados negativos para aprender e olhar para frente em busca de dias melhores.
Uma empresa em dificuldades financeiras tem que ter o discernimento de que permanecer na mesmice não trará novos resultados, para isso, é necessário assumir riscos, passar por uma reestruturação financeira e planejar uma nova visão para o negócio e saber que há sim uma luz no final do túnel, mesmo que pareça tão longe e inalcançável.
Artigo elaborado pelo advogado Augusto Martiniano Cardozo Neto, graduado em Direito pela Universidade Católica de Santa Catarina, LLM em Direito Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas – FGV, atuante nas áreas de Direito Civil, Direito Empresarial e Direito do Consumidor na Mattos, Mayer, Dalcanale & Advogados Associados.