Criados na década de 1940 e popularizados para uso pessoal a partir da década de 1980, os computadores mudaram definitivamente a sociedade e suas relações. Os mais jovens dominam o uso da tecnologia antes mesmo de serem alfabetizados, mas nem todos que nasceram antes da revolução digital têm a mesma facilidade.
Ciente da sua missão, de democratizar o acesso ao conhecimento, a Católica SC mantém, desde 2011, o Curso de Inclusão Digital. A iniciativa promove aulas gratuitas de informática para pessoas com mais de 40 anos que queiram aprimorar suas habilidades.
Os alunos do curso são preparados para aproximar-se da tecnologia. Na oficina de preparação, aprendem a comunicação e dinâmica correta, linguagem adequada e participam de exercícios para facilitar a aprendizagem.
Conforme a ONU (Organização das Nações Unidas), o Brasil é quarto país em que expectativa de sobrevida aos 60 anos mais cresce. Segundo projeções do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o país terá 73 milhões de idosos em 2060.
Somos um país que caminha a passos firmes para ser mais longevo, com uma parcela significativa da população no auge da sua intelectualidade e sabedoria. Podemos (e devemos) propiciar as condições adequadas para que os mais maduros possam continuar a contribuir com seus valiosos conhecimentos.
Muitas vezes, os próprios familiares tentam ensinar noções de informática em casa, mas por não terem a preparação correta, acabam não tendo a paciência ou a comunicação adequada para que o aprendizado seja efetivado. É aí que nós entramos.
Os laboratórios das unidades de Jaraguá do Sul e Joinville sediam as aulas, que ocorrem gratuitamente aos sábados pela manhã. A metodologia consiste em um monitor acompanhar de um a dois alunos, no máximo, para que a aprendizagem seja particular e atenda a necessidade individual.
Nossos acadêmicos participantes do Projeto Comunitário – componente curricular que prevê que os alunos cumpram 30 horas de disciplina, participando de projetos sociais – atuam como monitores. Eles são preparados para serem professores/monitores e, ao se voluntariarem, se aproximam de uma geração.
Com isso, começam a enxergar os pais e os avós de forma diferente, aprimoram a paciência e percebem que, com pouco tempo dedicado a alguém, podem mudar a vida das pessoas. Tornam-se cidadãos mais conscientes, assumem o papel de agentes transformadores da sociedade e, consequentemente, profissionais mais humanos.
Desde a sua fundação a Católica tem valores que perpassam o tempo e são preservados até hoje. Dentre eles, temos a solidariedade, que é trabalhada em sala de aula e de forma prática. Temos a missão de estimular os estudantes a desenvolver ações de alto impacto na comunidade em que estão inseridos.
É um aspecto da formação indispensável aos novos profissionais para entenderem novas realidades e o valor de se doar ao próximo. Só assim verão a transformação acontecer. Por isso, realizamos inúmeras ações de apoio a projetos em asilos, orfanatos, escolas e iniciativas sociais do poder público. Todos os nossos estudantes passam pelo projeto comunitário.
E a fórmula tem sido um sucesso. Só no curso de inclusão digital já são mais de 950 adultos atendidos. E sucesso de ambos os lados: com acadêmicos monitores que se percebem transformadores e acaba indo além das horas obrigatórias de atividade e tornam-se monitores de muitas turmas.
E alunos do curso que buscam continuar a formação em tecnologia, buscam novas aprendizagens e até formação superior.
Como diriam no jargão popular, é um ganha-ganha. Ganham os acadêmicos monitores, ganham os alunos do curso e ganha a sociedade. E vem mais por aí: o projeto está se expandindo e, em breve, pretendemos ofertar aulas também para imigrantes.