“Corrida x hérnia de disco”

Por: Bruno Francisconi

21/03/2019 - 08:03

Será que durante a prática da corrida estamos, de fato, colocando em “risco” a nossa coluna vertebral?

Para responder esta questão é importante analisarmos que o nosso corpo passa por alterações naturais. Um exemplo é a desidratação e o envelhecimento da pele; e que esse processo também ocorre nas estruturas da coluna, e isso não é um indicativo de que irão aparecer problemas graves e dores insuportáveis.

Outro ponto importante é que, não somente com a idade mais avançada, as alterações estruturais estarão presentes. Como forma de ilustrar, quero destacar que as protrusões discais, por exemplo, estão presentes em 30% da população com média de 20 anos de idade, 60% com média de 50 anos de idade e 84% com média de 80 anos.

E tanto a hérnia de disco, quanto as protrusões discais costumam estar presentes em exames de imagem, gerando um diagnóstico superficial e até mesmo equivocado, às vezes.

Diante desse cenário, tenho visto muitos atletas deixarem a corrida de lado depois de terem recebido um diagnóstico de hérnia de disco, apenas com exames de imagem. Então quero tranquilizá-los e dizer que podem continuar com a atividade física normalmente.

Isso mesmo! Durante a corrida não colocamos os discos vertebrais e a coluna em risco. Em 2017 um estudo muito importante foi publicado pela revista Nature, demonstrando a incrível capacidade de adaptação a carga dos nossos discos intervertebrais.

O estudo demonstrou que a carga axial repetitiva na coluna durante a corrida em indivíduos saudáveis pode ser benéfica para os discos intervertebrais.

Neste caso, os discos intervertebrais lombares de indivíduos que correm apresentaram-se mais hipertrofiados em comparação a indivíduos sedentários.

Também foi demonstrado que a caminhada ou corrida leve, a uma média de 7 km/h., seria uma zona ideal de impacto; e também que indivíduos que correm 20 e 50 km semanais apresentam melhores propriedades no disco intervertebral.

Portanto, a corrida não atrapalhará a saúde do disco. O impacto é importante, por isso sugiro sempre uma progressão gradual no treino para que ocorram as adaptações necessárias e não apareçam os sintomas relacionados as hérnias de disco.

A dica é ficar atento aos sinais do corpo e evitar ao máximo limitar os movimentos do tronco devido a hérnia de disco

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