“Era do coronavírus: A fronteira embaçada entre o real e o virtual”

Foto Arquivo Pexels

Por: Ana Kelly Borba da Silva Brustolin

26/08/2020 - 13:08 - Atualizada em: 26/08/2020 - 13:38

Num certo dia, em março, fomos orientados a #ficaremcasa por 15 dias porque um vírus muito grave apareceu na China e estava se alastrando pela Terra; adoecendo e/ou matando muitas pessoas… Naquele dia, acreditamos que seria por pouco tempo. No entanto, já faz cinco meses e ainda seguimos em isolamento social e imersos em um protocolo rígido de convívio.

Desde então, o mundo e nossas vidas, mudaram profundamente. Cada um de nós alterou sua rotina, que envolve amigos, familiares, pets, viagens, planos múltiplos e assim por diante. Desse modo, nos demos conta da intensa relação de interligação da raça humana. Esse vírus circula por todo o planeta, afetando-nos intimamente.

Ele passa de pessoa para pessoa, e enfatiza o fato de sermos dependentes uns dos outros e estarmos “conectados” – palavra esta que ganhou muito sentido em nosso meio habitualmente. E como estamos lidando com a guerra entre a raça humana e o coronavírus ou a COVID-19? Por que estamos buscando “um novo normal”, e não podemos mais vivenciar o “velho normal”?

Se olharmos para o planeta como um todo, há inúmeras medidas sendo seguidas. Isolamento social. Uso de máscaras. Aulas on-line. Higienização de tudo… compras de mercado, sapatos, roupas, brinquedos. A água: esse precioso bem da humanidade tem sido fundamental (porém, imaginem que não tem acesso “livre” a este bem?).

O simples ato de caminhar, correr, pedalar, cantar juntos pode espalhar o vírus. Ou seja, fique longe. Tome distância. Não abrace. Não dê toquinho. Sorriso? Não podemos ver… estamos sendo “obrigados” a nos olhar nos olhos.

Seguimos buscando a interação de todas as maneiras e com todos os artifícios possíveis e conhecidos, porque somos seres sociáveis; precisamos uns dos outros. Se não precisamos financeiramente, mas emocionalmente. Se não profissionalmente, pessoalmente. E por aí vai.

Sentimos falta de abraçar os familiares e amigos. Comemorar ocasiões especiais. Cheirar. Sentir. Contemplar. Estudar. Relacionarmo-nos na escola e nas ruas. Viajar. Explorar. Descobrir. Cantar. Dançar. Extravasar…

E o “novo normal” vai se criando, porque somos criativos e capazes de nos reinventarmos e adaptarmos. Somos humanos. Somos, não é?

O vírus ainda se mostra difícil de rastrear, com sintomas leves (ou até inexistentes em várias pessoas), mas mortal o bastante em outros, capaz de lotar hospitais e esgotar leitos. Mortal, igualmente, para liquidar pessoas saudáveis ou com doenças preexistentes. Vivemos a era do coronavírus.

Quando isso tudo vai acabar? Eis a questão

As pessoas têm essa crença hollywoodiana na vacina salvadora, focando no fato de que os cientistas vão consertar tudo em milésimos de segundos, como ocorre em um filme de duas, três horas, no qual o fim logo chega (até a Covid-19 aparecer, o efêmero fazia morada).

Aliás, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, em sua obra Modernidade Líquida (2001), já traz essa ideia: “vivemos em tempos líquidos. Nada foi feito para durar” (torçamos para que “o corona” também siga nessa linha).

Todavia, os cientistas não são atores hollywoodianos, como Keanu Reeves ou Brad Pitt, que costumam aparecer gloriosos no estilo “salvadores da pátria”, introduzindo seringas no próprio corpo e gritando aos quatro ventos: “Estamos salvos”!

O filme atual, meus caros, trata-se da vida real e, no momento, carece de respostas, mas conta com inúmeras perguntas. Qual é a sua?

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