O ‘Setembro Amarelo’, campanha nacional dedicada à prevenção do suicídio, tem um propósito claro: romper o silêncio que ainda cerca a saúde mental. Com o lema “Se Precisar, Peça Ajuda”, a campanha busca encorajar o diálogo e combater o estigma que impede tantas pessoas de buscarem o suporte de que precisam.
No Brasil, o suicídio é um problema de saúde pública, com cerca de 14 mil casos por ano, ou 38 vidas perdidas diariamente para esse ato extremo de desespero. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio anualmente em todo o mundo. O impacto desse número é avassalador, pois, cada vida perdida deixa uma marca profunda nas famílias, nas comunidades e na sociedade como um todo.
Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio já é a quarta principal causa de morte. O contexto é alarmante e exige ação imediata. Vale salientar que as causas que levam uma pessoa a tirar a própria vida são complexas e multifatoriais. Conjugadas com a depressão, questões sociais, econômicas e culturais desempenham papéis importantes, além de fatores como a falta de acesso a cuidados adequados, a negação de direitos humanos básicos, somando-se os preconceitos de toda ordem. São gatilhos, que se não tratados, somatizam o sofrimento psicológico, e, por conseguinte, os crescentes índices de suicídio.
A campanha do ‘Setembro Amarelo’ nos convida a refletir sobre a importância do acolhimento e da empatia, sobre a urgência de estarmos atentos e sensíveis aos sinais de sofrimento no outro. Pedir ajuda é um ato de coragem, mas é fundamental que saibamos criar ambientes seguros e compreensivos para que esse pedido seja possível. A meta da OMS de reduzir em um terço as taxas de suicídio até 2030 é ambiciosa, mas alcançável se cada um de nós assumir a atitude de cuidar, ouvir e oferecer apoio.
É preciso desconstruir a pecha, a crendice popular e o preconceito de que suicídio é um ato de fraqueza ou falta de fé divina. O suicídio não é uma escolha, mas sim, uma consequência trágica do sofrimento que, muitas vezes, poderia ser evitado com a atenção e a ajuda certa.