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A grama mais verde

Por: Luiz Carlos Prates

31/03/2016 - 04:03

Estou cansado de dizer em minhas palestras, colunas e comentários de rádio e tevê que felicidade é uma porta que só se abre por dentro, não adianta alguém forçá-la por fora, ninguém a consegue arrombar. Nós decidimos o que passar pela porta da nossa felicidade, ninguém nem nada nos pode fazer felizes ou infelizes senão por nossa decisão. Você está cansada de ouvir isso. Pois bem…

Ocorre que as coisas vão acontecendo no dia a dia e não nos damos conta de que felicidade é uma fadinha muito modesta, ela não nos exige muito para estar ao nosso lado, pelo contrário, não raro, ela não nos pede nada para estar conosco.

Já dei como exemplo em muitos momentos em minhas palestras a história do sujeito que vai para o trabalho todas as manhãs no seu próprio carro, um carrinho barato, de “pobre”, mas que anda direitinho, uma belezinha…

O sujeito, numa certa manhã, está indo para o trabalho no seu carrinho, rádio ligado, assobiando e feliz… Lá se vai para o trabalho, feliz. De repente, passa por ele na faixa da esquerda um carrão daqueles de ator de cinema, carro caro, caríssimo, passa como se passasse por um poste, o poste é o carrinho do nosso amigo. Pronto, foi o que bastou.

O homem até então feliz, fica fulo da vida, range os dentes, deseja o pior para o dono daquele carrão, compara o carro do “rival” com o dele, um valendo um montão de dinheiro, o dele uma mixaria. A manhã lhe foi estragada por aquele “miserável” de uma figa com o seu carrão…

Muito burro, muito estúpido o nosso “herói”, ficou infeliz vendo o carrão do outro, imaginou que o outro por ter aquele carro é mais feliz que ele, etc., etc., etc. Burro, repito, ao invés de olhar para à esquerda, para o carrão que passava, devia ter olhando para à direita por onde iam muitos ônibus lotados, lotados com operários como ele, gente apertada e de pé no ônibus. Quer dizer, olhar para o lado errado da vida produz infelicidade, olhar para si mesmo, suas circunstâncias e dar-se por feliz com o carrinho barato mas que funciona é para gente “crescida”, consciente de que a felicidade não pode estar num carro só pelo preço desse carro. Muitas vezes quem anda a pé é muito mais feliz… Enfim, vale para tudo na vida, sem essa de que a grama do vizinho é mais verde.

Quem faz a cor do gramado são os nossos olhos… E adianta dizer?

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.