Feriado de Santa Bárbara: Abertura do comércio causa divergências em Criciúma

Por: OCP News Criciúma

01/12/2021 - 20:12 - Atualizada em: 01/12/2021 - 20:39

Dia 4 de dezembro os municípios de Criciúma, Lauro Müller, Treviso e Siderópolis celebram o feriado de Santa Bárbara: a padroeira dos mineiros. Neste ano a data irá cair num sábado e a abertura do comércio em Criciúma, que coincidirá sendo o Sábado Mais, vem dividindo opiniões. A mudança do feriado foi até pauta na Câmara de Vereadores.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Criciúma, Tiago Marangoni, ressalta que a abertura é facultativa para o lojista.

“A CDL não força ninguém a abrir. O que fizemos é todo um planejamento de marketing em cima da data para o retorno da vendas. Os lojistas sempre reivindicam a abertura, pois trata-se de uma data forte de vendas, por ser início de mês e próxima do Natal”, argumentou.

Os estabelecimentos ficarão abertos das 9h às 17h.

O presidente da CDL acrescentou que o comércio de Criciúma, que é um polo regional, atrai clientes de Laguna a Passo de Torres.

“Proporcionando então mais esse dia para que essas pessoas venham até nosso comércio e usufrutuem da variedade. Os lojistas sabem que é um dia bom de vendas e todas as leis trabalhistas estão sendo respeitadas”.

O padre Wilson Buss, pároco da Igreja Santa Bárbara, é contra a extinção do feriado.

“Tem toda a parte religiosa e, no que se refere ao feriado, lá em 1949 já existia. Nós, como Igreja, entendemos que o resgate, a história, pois o carvão foi fundamental para o crescimento da nossa cidade e toda região, e a padroeira, devem ser respeitados. A data tem que ser honrada pela questão cultural e histórica e em tributo a todos aqueles que trabalharam com o carvão. Nós mantemos o feriado de 4 de dezembro e lamentamos a visão de outras pessoas sobre a mudança da data ”, opinou.

O presidente do Sindicato dos Mineiros de Criciúma e Região, Djonatan Matei Elias, o “Pirigueti”, informou que a associação é contra a abertura do comércio.

“Estamos falando num setor do qual os trabalhadores ajudaram a fundar essa cidade e a Santa Bárbara é a padroeira dos mineiros. É uma falta de respeito a abertura do comércio que, inclusive, vai mexer, vai concorrer, com o próprio evento da igreja. Isso é um descaso e a CDL não precisa fazer isso. Não conseguiram acabar com o feriado e agora vão fazer os trabalhadores pagarem por isso. Aliás, é a categoria que menos ganha, mais desvalorizada e com mais defasagem no momento, que é a do trabalhador do comércio. E eles nem vão ganhar hora extra, vão ganhar folga”, disparou.